terça-feira, 22 de abril de 2008

Além da infantilidade

"A oração de Jonas (na barriga do peixe) não é uma auto-expressão original e espontânea." (...)"Nenhuma palavra na oração é original. Jonas tirou cada palavra - começo, meio e fim - do livro de Salmos." (...)
"A oração, que geralmente supomos ser mais verdadeira quando é mais espontânea, aparece em Jonas quando ele está na condição mais difícil que se possa imaginar como algo aprendido. Nossa surpresa diminui quando consideramos a linguagem em si: começamos com clamores desarticulados, mas depois de anos de aprendizagem somos capazes de criar sonetos. Sons infantis são mais honestos que os sonetos de Shakespeare? Ambos são honestos, mas os sonetos têm muito mais experiência." (...)
"Isto contrasta com o clima predominante da oração." (e não só!) "Nossa cultura nos apresenta formas de oração que são em grande parte auto-expressão - derramamo-nos perante Deus ou damos graças a Deus quando precisamos ou temos a oportunidade. Essa oração é dominada pela sensação do eu. Mas a oração, oração madura, é dominada pela sensação de Deus. A oração nos resgata da preocupação connosco mesmo e nos leva à adoração e peregrinação a Deus."
Eugene Peterson in "À sombra da planta imprevisível"

Tiago Oliveira

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