quarta-feira, 28 de maio de 2008

Encontros

Sábado passado tivemos um encontro raro. Enquanto estavamos com os filhos a brincar na rua, aproximou-se uma senhora também com o seu filho. Pensei que seria uma simples coincidência, que estariam a passar na rua com um destino qualquer, mas não. Tinham ido intencionalmente ter connosco para que o seu filho brincasse com os nossos. Claro, que nós incentivámos, mas pareceu-me um pouco estranho, talvez porque que nós, portugueses, somos um pouco desconfiados, e qual não é o meu espanto quando essa senhora começa a falar outra lingua para o seu filho. As coisas pareciam fazer mais sentido, principalmente porque o á vontade dela foi tão grande, que já nos convidava para irmos ter com eles ao jardim, ou mesmo visitar a sua casa. Depois dessa experiência fiquei com vontade de aceitar o seu convite... Parece-me que já não se encontra muita gente assim, só se for na internet e nesse caso certamente desconfio.
Triman

A tecnologia da fé

Se tivermos uma gripe tomamos “antigripine”. Neste ano ou no próximo ano.
Se temos uma dor de cabeça toma-se uma aspirina (eu prefiro o Nimed).
Mas não podemos repetir medicações ao nível da fé. A prescrição anterior já não faz efeito. E isto porque a tentamos aplicar na sua parte funcional. Não podemos aplicar algoritmos na tecnologia da fé. Talvez porque a fé não seja muito tecno. É necessário um desejo genuíno, profundo e honesto.

Tiago Oliveira

terça-feira, 27 de maio de 2008

Dar nas vistas

Estou convencido de que, no geral, se uma pessoa estiver com uma dor de morte, e o disser a alguém em tom calmo, será complemente desprezada e se, por outro lado, uma outra pessoa, apenas porque o jantar se queimou, desatar num pranto que se ouve no final da rua, falando de como esse facto a faz infeliz e miserável, e de como está em angústia dilacerante, será acarinhada e receberá a atenção de toda uma multidão sensibilizada por tão infeliz criatura que precisa do seu apoio num momento tão difícil da sua vida.

Tiago Oliveira
P.S. - não é auto-biográfico (pelo menos no momento). Por isso, escusam de perguntar.

sábado, 24 de maio de 2008

Nas sociedade dos direitos

A Bíblia dá-nos deveres, não direitos. Quando afirma que nos foi dado o poder de sermos feitos Filhos de Deus, isto aponta não para o habitual regateio do que nos pertence por “direito”, antes pelo contrário, leva-nos ao reconhecimento do não merecido e consequentemente para a acção de graças e para o serviço.
Veja-se o caso típico do tema dos “estrangeiros”. Quando à nação israelita lhe é dada a Lei, são-lhe dados deveres de cuidado para com aqueles que estão na sua terra, não os direitos que têm sobre aqueles que estão em terra alheia. Quando a nação israelita é exilada para terra alheia, Jeremias não os convoca à rebelião, antes dá-lhes deveres de cuidado para com aquela terra. Vai mais longe, diz-lhes que eles têm de fazer parte daquela terra.

Tiago Oliveira

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Afirmando a Vontade II

O reverso da medalha do extâse, no que às emoções diz respeito, é a apatia.

Esta é outra maldição já bem entranhada na fé hodierna. Se o extâse é buscado enquanto alvo, sinónimo de proximidade a Cristo, o seu desaparecimento gera a ideia de que a fé se ausentou. Ao assentarmos a medida da fé na emoção, ficamos insensíveis a tudo o que acontece que não aumente a nossa frequência cardíaca. Isto repercute-se ao nível da acção: só faço o que me apetece fazer.

Precisamos retomar a "Oração do Pai Nosso".

Tiago Oliveira

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Esclarecimento

Desenganem-se aqueles que pensam que Triman é Tiago Oliveira, a menos que à semelhança de Fernando Pessoa, Triman fosse um heterónimo de Tiago Oliveira. Mas, sinceramente, não me parece que essa seja uma das suas facetas...
Triman

Afirmando a vontade

O êxtase tornou-se o maior medidor da espiritualidade. O bom louvor, a boa mensagem, a boa comunhão é a que produz nas pessoas sentimento, que ao nível fisiológico pode não ser mais do que uma catarse emocional que podemos vivenciar num qualquer outro lugar que nos comova - a única dificuldade neste caso, para mim, é que poucas vezes o Benfica é campeão. Mas isto não serve de desculpa para usar o nome de Deus para as minhas descompressões.
Diz Tozer:
"Existem duas classes de amor: o amor do sentir e o amor do querer. O primeiro firma-se nas emoções, o segundo na vontade. Temos pouco domínio sobre o primeiro. Ele vem e vai, levanta-se e cai, ostenta-se deslumbrante e desaparece como lhe apraz, e passa de ardoroso a cálido e a frio, e de novo a cálido, lembrando as variações do tempo... Querer mandar que este caprichoso tipo de afecto visite o nosso coração é o mesmo que mandar uma borboleta pousar em nosso ombro para ali ficar."
Somente entendendo esta realidade que vai para além do que apetece podemos exultar e viver uma espiritualidade que diz sem vergonha: "Cedi enfim... admitindo que Deus era Deus, e ajoelhei-me e orei: talvez, naquela noite, o mais deprimido e relutante converso de toda a Inglaterra." (C. S. Lewis)

Tiago Oliveira

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Perder a vergonha

Dou-me conta que o mau uso leva-me ao afastamento.
Se calhar sou demasiado cauteloso.
Receando o abuso, não me dou a conhecer.
Na fuga de ser mal compreendido, evito a possibilidade da compreensão.
Com medo do sacramento ou da banalidade, perco a simbologia.
O pavor paralizante da morte apenas me retira a oportunidade da vida.

É pena!

Tiago Oliveira

(De)formar

Olho para a juventude e penso muitas vezes no meu papel como parte da formação destes cidadãos. Foi isso que também me ajudou a tomar a decisão do Post anterior: Formar ou deformar pessoas? Formar ou deformar valores? Por vezes, a decisão ainda está nas nossas mãos.
Triman

Tiro certeiro

Há dias em que ser éticamente correcto (se é que isso existe, porque ser ético já deve implicar ser correcto) parece um tiro certeiro em alguém, hoje foi um desses dias, e custou-me...

Triman

terça-feira, 13 de maio de 2008

Negócios

Li isto num livro que por vezes acho muito interessante e por vezes demasiado rebuscado:

"O que Jesus faria provavelmente se estivesse no lugar do comerciante Milton Wright:
1- Ele se dedicaria a este negócio acima de tudo com o propósito de glorificar a Deus, e não com o objectivo principal de ganhar dinheiro
2-Todo o dinheiro resultante do empreendimento não seria considerado seu próprio, e sim um fundo a ser usado para o bem da humanidade
3- Suas relações com os seus empregados seriam de grande afeto e apoio(..)
4. Nunca praticaria um único ato desonesto ou duvidoso e jamais prejudicaria, nem mesmo remotamente, um concorrente do mesmo ramo com a finalidade de obter qualquer vantagem (...)" (Em seus passos que faria Jesus, Sheldon, C.)
E veio-me a mente o ditado "Amigos, amigos, negócios à parte", que vezes sem conta se tenta aplicar no Reino de Deus.
Triman

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Estou um bocado pior que o autor do aindanaoestaescuro. Tenho uma branca que dura 10 dias ou mais. Pior que isso é ter tido algumas coisas para postar e não o conseguir fazer. Mas, pronto, existe uma grande diferença, é que eu não tenho jeitinho nenhum, nem vida para blogs. No entanto, é um desafio pessoal, e por isso, vou continuando.
Triman

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Romanos 8

"Queriam falar mas não podiam. Tinham os olhos marejados de lágrimas. Ambos eram pálidos e magros, mas naqueles rostos sem cor marcados pela doença já raiava a aurora de um futuro renovado, do renascimento total, da vida nova. Ressuscitou-os o amor, o coração de um era uma fonte inesgotável para o outro.
Decidiram esperar e aguentar. Faltavam ainda sete anos; tanto tempo de sofrimento insuportável e de felicidade infinita! Mas ele renascera e sabia-o, sentia-o plenamente com todo o seu ser renovado"
Fiódor Dostoiévski in "Crime e Castigo"

Tiago Oliveira

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Lembrando Provérbios 22:6*

"Oh,
the parents are the problem;
giving birth to maggots
without the sense to become flies.
So,
pander to your pampered little princess.
Oh."



Tiago Oliveira
*Bíblia

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Seres relacionais

"Qualquer sociedade nos oferece determinados modelos de vida, de comportamento, de cultura, mas no essencial, o objectivo fundamental a que se propõe é estabelecer a relação entre pessoas." (Amado,L.)
É pena que as pessoas nem sempre saibam viver em sociedade..., mas pena maior é que não o queiram aprender.
Triman

Mal-dizer

Andava com a sensação que o título da música dos Ninivitas colocada abaixo pelo meu convidado era: "Mal-dizer é fruto da inclinação natural, depressa se aprende", porque é que será? Agora que descobri que não , parece-me no entanto, que encaixava muito bem.

Triman