quinta-feira, 15 de maio de 2008

Afirmando a vontade

O êxtase tornou-se o maior medidor da espiritualidade. O bom louvor, a boa mensagem, a boa comunhão é a que produz nas pessoas sentimento, que ao nível fisiológico pode não ser mais do que uma catarse emocional que podemos vivenciar num qualquer outro lugar que nos comova - a única dificuldade neste caso, para mim, é que poucas vezes o Benfica é campeão. Mas isto não serve de desculpa para usar o nome de Deus para as minhas descompressões.
Diz Tozer:
"Existem duas classes de amor: o amor do sentir e o amor do querer. O primeiro firma-se nas emoções, o segundo na vontade. Temos pouco domínio sobre o primeiro. Ele vem e vai, levanta-se e cai, ostenta-se deslumbrante e desaparece como lhe apraz, e passa de ardoroso a cálido e a frio, e de novo a cálido, lembrando as variações do tempo... Querer mandar que este caprichoso tipo de afecto visite o nosso coração é o mesmo que mandar uma borboleta pousar em nosso ombro para ali ficar."
Somente entendendo esta realidade que vai para além do que apetece podemos exultar e viver uma espiritualidade que diz sem vergonha: "Cedi enfim... admitindo que Deus era Deus, e ajoelhei-me e orei: talvez, naquela noite, o mais deprimido e relutante converso de toda a Inglaterra." (C. S. Lewis)

Tiago Oliveira

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